No último programa Boca no Trombone, o dr. Paulo Dias comentou sobre o assédio moral nas relações de trabalho.
Confira abaixo o vídeo e a transcrição do diálogo em texto.
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Transcrição.
* O diálogo foi mantido no formato e com a mesma grafia que foram feitas pelos telespectadores.
Dr. Solano:
– O Dr. Paulo Dias tá falando hoje sobre o assédio moral nas relações de trabalho. E como acontece né Doutor Paulo?
Dr. Paulo Dias:
– Bom dia Doutor Solano. Nós recebemos todas semanas muitos e muitos clientes, muitos trabalhadores também nos ligando, abordando a questão do assédio moral, que sofrem perseguições.
Muitas vezes se confunde o que é assédio moral, o que é dano moral. Então gente, assédio moral é a exposição dos trabalhadores à situações humilhantes e constrangedoras de forma prolongada, repetitiva e durante o horário de trabalho. Então vamos lá.
É a exposição aos trabalhadores de todas as situações humilhantes e constrangedoras. Daí Solano, vem a diferença do assédio moral para o dano moral.
O dano moral pode acontecer um episódio durante o horário de trabalho, ou seja, o direito à reparação.
O assédio moral são aquelas situações repetitivas. São aquelas condutas abusivas por parte da empresa. E quando nós falamos empresa, pode ser os seus gerentes, as pessoas responsáveis. Essas condutas abusivas através de gestos, palavras, escritos, publicações na internet. E quando nós falamos agora em ambiente de trabalho, no horário de trabalho, como nós estamos pós-pandemia, o trabalho ele veio para dentro de casa.
Então nós estendemos também essas perseguições no meio virtual, grupos de whatsapp, email ou redes sociais.
Então realmente o assédio moral, ele acaba minando as energias do trabalhador. Ele acaba propiciando que esse trabalhador se sinta fora do ambiente quando ele vai trabalhar, ele se sinta constrangido, ele se sinta mal. E daí provê inúmeras doenças, e começa a acometer a saúde física, psíquica e orgânica do trabalhador.
Inclusive além das doenças conhecidas, nós temos ultimamente a Síndrome de Burnout e a Síndrome do Esgotamento Profissional. E acaba atraindo prejuízos tão grandes para o trabalhador, hoje é considerado acidente de trabalho.
O professor Luiz Gustavo também sabe bem e leciona sobre essa matéria. Então veja bem. Acidente de trabalho acaba dando direito a estabilidade de emprego, tamanho a agressão esse trabalhador tem de forma repetitiva e continuada por parte da empresa.
Bom, é importante destacar que nem tudo é assédio moral. O meu patrão está me cobrando muitas metas. Isso não é assédio moral. Sim, a empresa vive de lucro. A empresa precisa atingir as suas metas. Então o fato de cobrar metas não é assédio moral. A forma com que essas metas são cobradas que pode ser que seja assédio moral. Ah, antes trabalhava menos, agora eu trabalho mais, dentro desse mesmo período. Isso não é assédio moral. O aumento da jornada de trabalho não é assédio moral.
Bom, o que fazer diante de um quadro de assédio moral?
E pode ser do chefe ou pode ser entre os colegas, e a chefia nada faz. Procure o seu chefe e converse francamente com a empresa. Olha, eu não estou me sentindo bem. Gostaria de ter um ambiente melhor de trabalho. Converse francamente e se não tiver solução procure um advogado trabalhista. Se a situação for extrema, denuncie no ministério público do trabalho.
Existem empresas que têm condutas muito complexas de assédio, se chama assédio organizacional. Mas procure uma ajude de um advogado. Converse para ver se é o caso de buscar uma ajuda jurídica.